"Que minha solidão me sirva de companhia. Que eu tenha a coragem de me enfrentar. Que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo."
Tive que abrir este
post com
Clarice Lispector porque senti uma necessidade enorme de ter minha companheira solidão de volta. E esta é uma vontade que tem se tornado dia a dia mais intensa, mais
massacrante, mais insistente em mim.
Tem muita coisa me devorando por dentro e gritando no meu ouvido "como você pode ser tão estúpida e deixar que a sua felicidade dependa dos outros, mesmo que estas pessoas sejam importantes pra você? NINGUÉM é mais importante que você mesma!!!" E ainda assim eu me vejo repetindo os mesmos erros, por medo de decepcionar as pessoas, de não ser aceita, de me criticarem pelos meus
atos e minhas decisões.
E com isso volto a me esquecer e adoecer aos poucos, envenenando a alma e o corpo com a apatia, a auto piedade, a irritação constante.
O três de maio deste ano foi atípico:
Ignorei o trabalho, simplesmente não fui. Já que ninguém se importa de fato comigo, a não ser se consigo ou não fazer o que esperam de mim, então qualquer
coisa podia esperar para o dia seguinte.
Ganhei meu perfume favorito de quem não esperava.
Desliguei o telefone de casa e não atendi nenhuma chamada no celular.
Recebi muitas mensagens, muito carinho das mais diversas pessoas, e me senti feliz com isso.
A
Lilly retribuiu um gesto simples meu com um um
post adorável. A
Ana Martins não me deixou esquecer que tudo passa. A
Amélie me fez uma grata surpresa, voltando a tempo de me dar parabéns! A
Priscilla fez coro no meu desejo de aniversário.
Fiz a minha terceira tatuagem, minha árvore da vida, com meu número sagrado e minhas
triskles de
proteção e invocação à Deusa.
Levei bolo pra aula de dança e fui muito festejada por todos que ali estavam. Me senti mais uma vez querida.
E terminei o dia jantando comida japonesa, cansada, mas com a sensação de que vivi um dia para mim e não para os outros.
Nova tattoo, em 3/5/2011
Claro que a vida tem que voltar ao normal, e apesar de ter prometido pra mim mesma, depois de começar a segunda feira com um
stress enorme no trabalho, que iria tirar estes dias de folga e me cuidar, voltei ao trabalho na quarta.
Deixei de lado os bailes depois de um fim de semana de aborrecimentos em casa. Já que esperam de mim a máscara. Ela será usada. Que seja por um
tempo enquanto os pensamentos e as
ações não se organizam dentro de mim. Que seja apenas para não ser constantemente recriminada. Que sirva apenas de escudo para que eu possa me fortalecer e enfrentar o novo caminho.
Mas assim terá que ser por um tempo. Vou sentir muita falta. Porque assim como nas aulas, ali eu me sentia livre, podia ser eu mesma. Mas se for para me aborrecer menos, assim será.
Sandálias para dançar, e parecer um pouco menos 'menino'... Escrever. Fazer as aulas. Malhar. Correr.
Minhas válvulas para os dias de pressão.
E que tudo se resolva dentro do prazo que determinei.
Que EU resolva o que me incomoda dentro dos próximos 115 dias.
Atualizando:
Neste sábado me permiti praticar um ritmo diferente na dança: zouk. Pra quem dizia que nunca iria querer fazer, porque há muita torsão, muitos cambrès, muita sensualidade, me saí muito bem no aulão.
Quem sabe me anime a fazer estas aulas que o Garrido (um encanto de professor, por sinal) denominou de 'zouk light'.
Pra quem, como eu, criou um pré conceito sobre a aula, vale a pena experimentar esta.
Alunos, bolsistas e ao centro o professor Diego Garrido, no aulão lançando sua novidade: Zouk Light
Bjs