Dói muito saber que ao invés da preocupação genuína com o que estou passando, com o que pode ser feito pra me ajudar a passar por esta fase, com o que está me machucando se pode ou não ser atenuado por palavras, gestos ou mesmo um simples sorriso, o que eu recebo são presentes materiais, como aquela criança cujos pais, extremamente ocupados em seus afazeres ou carreiras, simplesmente compram seu afeto com presentes caros e em quantidade para suprir aquilo que jamais deveriam ter negado.
É como me senti hoje.
É como tenho me sentido ao longo destes dias, meses, anos.
As cobranças vem do jeito tradicional: gestos, palavras, atitudes.
Já o carinho e a compreensão não tem o mesmo caminho. Seguem pelo torta e errada estrada do presente de Natal dos pais, independente se estão ou não preocupados com a minha saúde, com as minhas dificuldades, com a minha vida.
O importante é se fazer presente. Mesmo que isso custe caro.
E talvez muito mais caro para mim do que para qualquer um que me dê o mais caro dos presentes.
O que é material eu posso conseguir por mim mesma. Com meu trabalho, meu esforço, meu dinheiro no final do mês.
O que eu não consigo sozinha são palavras de apoio, incentivo, carinho, coragem.
Ainda bem que nestes momentos eu sei que existem os amigos sinceros, que são os irmãos que eu escolhi pra trilharem comigo esta vida. E é deles que eu tiro a força que necessito para viver, já que quem deveria fazê-lo, sequer nota o quanto eu preciso disto.
Bjs
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